
A criação da Academia Nacional de Polícia concretizou-se em ato do então Chefe de Polícia, General Osmar Soares Dutra, tendo o documento constitutivo sido publicado no Boletim Interno nº 216, em 31 de dezembro de 1960.
A ANP, orgulho de todos os servidores do Departamento de Polícia Federal, iniciou então suas atividades em Brasília - DF, com a denominação Academia de Polícia, tendo sido instalada em uma modesta sala de madeira de aproximadamente 16 metros quadrados, emprestada pelo Colégio Dom Bosco.
Tiveram a honra de ser os seus primeiros mentores o Tenente-Coronel Welt Durães Ribeiro (Diretor); o Major Gastão Barbosa Fernandes (Diretor de Ensino); o senhor Hélio Pinheiro (Secretário) e o senhor Luiz G. Dutra Filho (responsável pelo Setor Administrativo).
Foram definidos os objetivos para a instituição recém-criada: formar policiais e peritos em técnicas policiais avançadas, aperfeiçoar e atualizar policiais formados, manter intercâmbio com associações congêneres nacionais e internacionais, promover e se fazer representar em congressos e seminários policiais.
Nessa época foi instituído o primeiro Regimento Interno para disciplinar a conduta dos alunos e regulamentar os cursos de detetive, escrivão e comissário, oficializados pela Portaria nº 5, publicada no Boletim Interno nº 4, de 5 de janeiro de 1961. Nas disposições transitórias desse documento foram instituídos os primeiros cursos policiais: Curso de Detetive, Curso de Escrivão e Curso de Comissário. Em 14 de janeiro de 1961, o Diretor da Academia de Polícia baixou a Instrução nº 1, versando sobre a seleção de candidatos aos cursos instituídos.
A primeira aula inaugural foi proferida pelo Chefe de Polícia do Departamento Federal de Segurança Pública, General Osmar Soares Dutra, no dia 23 de janeiro de 1961, às 10 horas, no Colégio Dom Bosco, onde passou a funcionar a Academia. Nessa mesma data, foi instituído o Código de Honra para os policiais que passassem pela Academia.
Paulo Monte Serrat Filho, Major da Força Pública de São Paulo e bacharel em Direito, foi o segundo Diretor da Academia. Em 9 de maio de 1961 ele proferiu a aula inaugural realizada no Auditório do Cine Cultura, que culminou na solenidade oficial de instalação da Academia no Setor Policial Sul, em um barraco de madeira cedido pela Guarda Especial de Brasília.
Nesse ínterim, ocorreram mudanças no quadro político nacional, mas a polícia, sob nova administração, continuou crescendo em ritmo acelerado. Foi inaugurada, em 20 de novembro de 1961, a sede da Academia de Polícia, localizada no Setor Policial Sul, que recebeu, de imediato, 200 jovens oriundos das cidades de Recife, Goiânia, Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.
Novos cursos foram ministrados e, em dezembro de 1962, a Academia de Polícia promoveu a Primeira Semana de Estudos Policiais em Brasília. Do programa desse evento constava uma série de conferências, realizadas no Auditório Dois Candangos da Universidade de Brasília (UnB), e a Primeira Reunião de Diretores de Escolas de Polícia de Brasília, cujos resultados foram otimistas.
A Lei n° 4.483/64, publicada no Diário Oficial da União nº 224, de 20 de novembro de 1964, reorganizou o Departamento Federal de Segurança Pública, bem como estabeleceu que a Academia passaria a ser chamada Academia Nacional de Polícia (ANP).
Após minucioso estudo, a Divisão de Obras do Ministério da Justiça criou um projeto para a nova sede da ANP. Esse projeto previa a construção de dois grandes blocos: o primeiro, com salas de aula, laboratório, museu criminal, biblioteca e auditório, que serviria também como salão nobre; e o segundo, com alojamentos para professores e alunos. Além desses dois blocos, também seria construído um bloco menor destinado à administração e à seção de psicotécnico, além de um ginásio, com instalações completas para educação física e, no subsolo, o estande de tiro. A construção foi concluída em 1973, com a finalização do anfiteatro, totalizando uma área de 30.276 metros quadrados. A ANP funcionou nessas instalações, no Setor Policial Sul, onde hoje é a sede da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), de 1966 a 1978.
Em 1978, a ANP foi transferida para a nova sede, localizada na Rodovia DF-001 - Estrada Parque do Contorno - Km 2, Taquari, Lago Norte, Brasília - DF, nas proximidades de Sobradinho. A nova sede foi inaugurada em 20 de fevereiro de 1979. Em uma área de 600 mil metros quadrados, suas instalações contavam com uma construção baixa e moderna, contendo alojamentos para 600 alunos, restaurante, salas de aula e teatro de arena com capacidade para até oitocentas pessoas.
Atualmente a ANP está dotada de uma estrutura física instalada em um complexo de 798.385,04 metros quadrados. Com uma área construída de 48 mil metros quadrados, possui locais de ajardinamento e estacionamentos muito bem conservados e arborizados.
A Academia Nacional de Polícia está no mesmo nível das melhores academias de polícia do mundo e recebe visitas de policiais de outras corporações nacionais e internacionais.
Em todo o período de sua existência, a Diretoria de Ensino da Academia Nacional de Polícia - DIREN-ANP, por meio de sua Coordenação de Desenvolvimento Humano Organizacional (CGDHO), já formou e capacitou milhares de servidores da Polícia Federal, das polícias estaduais e de profissionais de segurança pública do exterior, sendo seus cursos ministrados tanto na forma presencial quanto através da educação a distância (EaD).
Além disso, a ANP oferece apoio e treinamento a servidores de diferentes órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como desenvolve projetos de atualização e pesquisa em segurança pública por meio da Coordenação da Escola Superior de Polícia (CESP).
O Curso de Formação Profissional é a última etapa do concurso público para ingresso nos cargos de Delegado de Polícia Federal, Perito Criminal Federal, Agente de Polícia Federal, Escrivão de Polícia Federal e Papiloscopista Policial Federal, possui caráter eliminatório e é constituído de disciplinas teóricas e operacionais, com o escopo de desenvolver e aprimorar as competências necessárias a cada perfil profissional.
A matriz curricular engloba diversas disciplinas, algumas tipicamente policiais, como técnicas de investigação policial e planejamento de ações e operações policiais, e outras, embora pertencentes a áreas do conhecimento operacionalizadas por outros profissionais, são abordadas sob a ótica da rotina policial e das estratégias de enfrentamento, como por exemplo, crimes ambientais e desvios de recursos públicos.
Embora para cada perfil profissional haja matriz disciplinar específica, a formação possui duração média de 850 horas-aula e sua realização ocorre durante o período de cinco meses aproximadamente.
Para que os objetivos pedagógicos sejam alcançados, os alunos estão sujeitos a uma intensa rotina, sob regime de semi-internato, das 7h40 às 19h30, de segunda a sábado, com alguns intervalos para descanso entre as aulas e almoço.
As atividades letivas são realizadas nas dependências da Academia Nacional de Polícia, que conta com ampla infraestrutura e são conduzidas por corpo docente altamente especializado, composto por Policiais Federais recrutados dentre aqueles dotados de expertise em cada tema a ser ministrado e previamente capacitados para a docência.
Quanto à logística, em uma área de 60.000 m2, estão distribuídas lanchonetes, restaurante, salas de aula, auditórios, Teatro de Arena, laboratórios de informática e perícia, complexo poliesportivo (pista de atletismo, campo de futebol, piscina semiolímpica, academia de ginástica, ginásio, quadras poliesportivas, dojôs, circuito-estratégico), Estandes de Treinamento de Armamento e Tiro, Centro de Treinamento Operacional (torre, plataformas de observação, ambientes simulados para entradas táticas, cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão em diversos níveis de risco), alojamentos, biblioteca e museu.
Os alunos de diversos estados do Brasil são acomodados em alojamentos coletivos, propiciando uma importante fase da formação: a convivência em grupo, a superação das diferenças e o desenvolvimento da resiliência.
A disciplina e o culto aos valores institucionais, lastro da atuação policial, também integram o processo de formação e estão presentes na rotina diária dos futuros policiais federais.
Com o crescimento constante da utilização de novas tecnologias na educação, o acesso às ações educacionais disponíveis “em qualquer lugar e a qualquer hora” torna-se cada vez mais possível e amplo.
A modalidade de educação a distância tem-se apresentado, cada vez mais, como importante ferramenta de aprendizagem, sustentada na comunicação entre seus participantes, com eficiência que supera barreiras e rompe paradigmas. O conhecimento passa a ser construído em cada interação, ressaltando a importância do educador e do aprendiz no processo de educar.
A Academia Nacional de Polícia também acompanha as novas tendências e, desde 2002, vem atualizando e disponibilizando modernas ferramentas de educação aos servidores. A educação a distância atua como um importante instrumento, contribuindo na capacitação profissional dos servidores da Polícia Federal.
A Divisão de Ensino a Distância - DEaD/CGDHO/DIREN-ANP/PF mantém dois ambientes virtuais distintos: este, denominado ANP Cidadã, com cursos direcionados à comunidade em geral; e a ANP.net, plataforma voltada à educação corporativa a distância. Abriga grande parte dos cursos, todos voltados à capacitação interna da Polícia Federal, que vão desde cursos de Livre Matrícula e Capacitação Contínua, a Cursos de Aperfeiçoamento Profissional e Pós-Graduação Lato Sensu.
Informações: Divisão de Ensino a Distância - DEaD/CGDHO/DIREN-ANP/PF - e-mail: anpcidada@pf.gov.br
Ao longo de sua trajetória como instituição vinculada ao Sistema de Segurança Pública Nacional, a Academia Nacional de Polícia empreendeu esforços na identificação das competências necessárias ao mister policial, à criação e aperfeiçoamento de técnicas, à construção de doutrinas em cada uma de suas áreas de atuação e à difusão dos conhecimentos acumulados.
Embora os Policiais Federais participem de Curso de Formação Profissional com duração de mais de quatro meses, como pré-requisito para a assunção do cargo, dada a gama de atribuições e complexidade das temáticas abordadas, não é possível exauri-las no referido período, exigindo o estabelecimento de políticas internas e programas de capacitação.
Assim ao longo de sua carreira, ao Policial Federal é oportunizada a participação em ações de capacitação transversais, destinadas a todos os policiais federais, v.g., treinamentos com novos equipamentos integrados ao acervo, e em ações específicas, vinculadas à atuação cotidiana do policial, v.g., Curso de Gerenciamento de Crises Envolvendo Comunidades Indígenas para policiais lotados em unidades em que haja histórico de confrontos e conflitos sobre a posse de terras.
Cumpre destacar que a Polícia Federal conta com plataforma própria de educação a distância, que será melhor tratada em tópico próprio, permitindo assim, alcançar os milhares de policiais lotados em todo o território nacional.
Para que seja possível dimensionar as atividades realizadas, nos últimos cinco anos, de acordo com os Relatórios Anuais de Atividades, a Academia Nacional de Polícia realizou 792 ações educacionais alcançando 29.448 alunos, somente em ações presenciais. Cabendo registrar que este número não representa a quantidade de servidores, mas de participantes
Em 2017, a Academia Nacional de Polícia foi re-credenciada em caráter especial pelo Ministério da Educação - MEC, por meio da Portaria nº 273, de 23/02/2017, para o oferecimento de cursos de especialização em ciências policiais e segurança pública — pós-graduação lato sensu nas modalidades presencial e a distância.
O Setor responsável pela execução dos cursos de pós-graduação na Academia Nacional de Polícia é a Coordenação Escola Superior de Polícia – CESP/ANP/DGP (cesp.diren.anp@pf.gov.br) por intermédio do Serviço de Pós-Graduação – SPG/CESP/ANP (spg.diren.anp@pf.gov.br)